terça-feira, 20 de julho de 2010

Medíocres, mas bem colocados

O MEC divulgou nessa útima segunda-feira, 19/07, a lista das notas médias do ENEM por escola de todo o país. A mídia já correu buscar os nomes das melhores e piores escolas e analistas diversos vão dando suas opiniões. Então eu também vou dar a minha, mas não apenas sobre o ranking em geral, e sim sobre a posição da nossa escola nesse ranking e do próprio ranking em relação às expectativas que temos e que deveríamos ter sobre a educação que oferecemos nas nossas escolas.

O título desse artigo esclarece bem minha opinião: somos medíocres, mas bem colocados. E por mais absurdo que pareça, é verdade.

O gráfico abaixo mostra a situação da nossa escola (Neuza) comparativamente às demais escolas estaduais:


Como se pode ver por esse gráfico, nossa escola teve nota 5,6 em uma escala de 0 a 10, mas a melhor escola estadual do Brasil teve nota de apenas 7,2; a melhor do estado teve 6,8 e a melhor da nossa cidade teve 5,8.

Também podemos fazer outras comparações com as demais escolas estaduais:
  • estamos entre os 8,3% melhores classificados no país;
  • entre os 9,8% melhores classificados do estado e;
  • somos a 4ª melhor colocada da cidade.
Nossa diferença percentual para a melhor colocada do país é de apenas 16,1%, em relação à melhor colocada do estado a diferença cai para 11,8% e em relação à melhor colocada da cidade a diferença é de apenas 2,2%.

Olhando com esses olhos poderíamos dizer que estamos realmente bem colocados, mas sejamos sinceros, somo apenas medíocres! E não estou falando apenas de nossa escola, é claro, mas sim de todas as escolas públicas e privadas do país.

Vale também lembrar que as escolas particulares, embora em média estejam melhor classificadas do que as escolas estaduais, ainda assim têm um desempenho também bastante medíocre. A melhor escola particular do país tem um desempenho apenas 2,7% superior à melhor escola estadual e, na outra ponta, a pior escola particular do país tem um desempenho apenas 20% superior ao da pior escola estadual (que, à propósito, é uma escola indígena do Amazonas e tem uma nota altamente discrepante da penúltima classificada - em relação à penúltima classificada a diferença percentual cai para 8% apenas).

Resumindo, temos uma escola ruim em todos os níveis, em todos os estados e indiferentemente da escola ser pública ou privada.

Ser medíocre e estar bem colocado não deveria nos dar nenhuma alegria. Alegres seríamos se tívémos uma nota, pelo menos, superior a 8,0. Então poderíamos, com alegria e méritos, comemorar algo. E não seria uma comemoração por estarmos aqui ou alí em um ranking comparativo, mas sim uma comemoração por estarmos situados em um patamar onde se poderia dizer que nossa escola, de fato, ensina alguma coisa.

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