quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ressaca de Carnaval

Nada como uma quarta-feira de ressaca com convocação para reuinião de planejamento à tarde (Planejamento? De novo???). Sim, é vero, planejamento de novo. Ou melhor, planejamento sem nada de novo. :)

Outra reuinião perdida com detalhes altamente polêmicos como "quantas vezes o Juquinha pode ir ao banheiro por dia?" ou "como vou fazer meu planejamento com base nas atividades sugeridas pela SEE no Caderno do Professor e nos Cadernos do Aluno se esses materiais ainda nem chegaram à escola?".

Resumo da história, um bom filme e uma pipoca de microondas teriam surtido um efeito pedagógico gigantesco combinados com a forte chuva que caiu a tarde toda por aqui.

Mas já que chorar não adianta nada, vamos ao trabalho! Amanhã os alunos retornam (??? retornam???) e talvez eu consiga conhecer algumas das salas onde ainda não foi possível nem me apresentar. Com um "possível e talvez provável" pequeno número de alunos presentes, pode ser necessário refazer tudo novamente na semana que vem, mas todos já estamos acostumados com esse tipo de rotina (ou não?).

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Bugigangas de professor

Uma sugestão de atividade interessante que recebemos para a área de Física foi a da construção de uma "caixa preta" para discutirmos com os alunos os "modelos explicativos da ciência e da Física, em particular". De fato é uma atividade interessante e que pode render bons frutos se for bem conduzida. Aproveitei para tirar a poeira da minha "Caixinha de Glub-Glub" (é o nome da minha caixinha secreta). No meu blog de Física ("Física com Sabor") eu aproveitei para fazer algumas considerações sobre essa atividade.

Isso me leva a refletir sobre a enormidade de bugingangas educacionais que vamos juntando ao longo da vida. Todos nós, professores de Física, temos algumas dessas bugigangas, mas quero aproveitar aqui para convidar os colegas para conhecer uma coleção de bugigangas de causar inveja a qualquer professor de Física: a Coleção de Bugigangas do Professor Léo!

Francamente falando, morro de inveja dessa coleção! Tentarei roubá-la um dia, pois para construir uma igual seria preciso ter uma vida toda a mais e dedicá-la arduamente para esse propósito, como fez o professor Léo (Luiz Ferraz Netto), de quem tenho orgulho de ser "amigo virtual".

Mas não é só isso que ele tem não! Ele tem um portal, há anos, todo dedicado à Física e, em especial, à Física do Ensino Médio. Uma verdadeira obra de arte e de mestre que eu visito sempre. Uma maravilha! Se você ainda não conhece o "Feira de Ciências", caramba, isso não tem perdão, vá logo conhecer.

É por essas e outras que eu não desanimo nunca (Sou brasileiro e não desisto nunca! Se desistisse não teria eleito o sujeito que acabou tornando essa frase famosa, hehe).

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Notebook do professor: é esse aqui!

Até que enfim apareceu a margarida! Esse bichinho aí ao lado é o tal do Notebook do Professor.

A SEE-SP informou nessa sexta-feira, 20/02, que os tão aguardados notebooks vão enfim desencalhar nas nossas mãos ou, mais precisamente, que seremos convidados a comprá-los na segunda metade de março.

Contrariando a informação inicial de que o notebook sairia por R$ 1.542,00, a informação agora (depois de meio ano de depreciação) é de que o notebook sairá por R$ 1.738,00. Em compensação a tela diminuiu de 15,4 polegadas para 14,1. Bom, não vamos ser cri-cris, certo? Cavalo financiado em 24 vezes não se olha os dentes. E professor que se preza só compra mesmo em 200 prestações nas Casas Bahia.

Uma pesquisa rápida na Internet localiza o bichinho por R$ 2.099,0 em 12 vezes no cartão (Americanas), mas só com o sistema operacional, sem o Home Office e outros softwares educacionais (quais?) que acompanharão o notebook. E é claro que, comprando um note de configuração semelhante, mas de outro fornecedor (esse é do Positivo), também podemos encontrar preços bem menores. Ainda assim, como "professor é tudo rico e só compra à vista", continua sendo um bom negócio.

Eu vou comprar o meu e só tenho uma dúvida: será que ele é a prova de pó-de-giz? :)

Quem quiser conhecer melhor o notebook, leia as especificações abixo:

Notebook Z87 Dual Core T2310 1.46GHz 2GB 160GB DVD-RW 14" Vista Premium - Positivo

Ficha:
Processador: Intel® Pentium® Dual-Core T2310 1.46GHz
Cache: 1MB L2
Chipset: Via VN896CE + VT8237A
Barramento: FSB 533MHz
Memória: 2GB (DDR2, PC4200)
HD: 160GB, 2.5", SATA, 5400 RPM
Tela: LCD 14.1", WXGA, TFT, Widescreen, 1280x800, Alto Brilho
Drives: DVD±RW Dual Layer (Gravador de CD 24x, Gravador de DVD 8x)
Som: estéreo com efeito 3D, compatível com SoundBlaster PRO?
Vídeo: Processamento de vídeo integrado compartilhado até 256MB, com suporte a gráficos 2D/3D, tecnologia Chrome9 HC e Microsoft® DirectX 9. Saída analógica com resolução de até 1600x1200, 75Hz
Rede: 10/100Mbps, Fast Ethernet
Wireless: Integrado (802.11b/g)
Webcam: 1.3MP
Fax Modem: 56kbps, V.90/V.92
Teclado: Português-Brasil, ABNT2, 87 teclas + 3 teclas de acesso rápido
Mouse: Touchpad, Scroll, 2 botões
Sistema Operacional: Autêntico Windows Vista Home Basic
Conexões: 3x USB, 1x VGA, 1x RJ-45, 1x SPDIF (saída de áudio), 1x line-in (áudio) 1x line-in (microfone), 1x line-out (fone ouvido), 1x DC-in (fonte), 1x RJ-11
Alimentação: bateria Li-ion, 4400mAh, 6 células
Conteúdo da embalagem: Notebook

Voltagem: bivolt
Dimensões aproximadas do produto: 3,3x33,3x24,3cm (AxLxP)
Peso líq. aproximado do produto: 2,4kg
Garantia do fornecedor: 12 meses

Este Notebook possui face externa com acabamento black piano perolado.

MAIS INFORMAÇÕES:
-Slot de expansão: 1x slot express card 34/54.
-Leitor de Cartões: MS / MS Pro / SD / MMC.
-Slots de memória: 2.
-Trava de segurança: kensington.

ref.: Z87
Fornecedor - Positivo

Primeira semana: ok!

Pronto! Acabou a primeira semana, aí vem o Carnaval e se quer saber mesmo, não doeu nada!

Passamos a semana entregando materiais para os alunos e nos reunindo com os pais. Ah claro, também houve uma aula aqui e outra acolá e quase cheguei a conhecer metade das minhas turmas. Melhor assim. Houve tempo em que ninguém se preocupava muito em estabelecer boas relações entre a escola e a comunidade. Os tempos são outros.

Aliás: como são outros!

Meus alunos receberam 7 livros didáticos, alguns cadernos de capa dura, canetas, borrachas, réguas, livros de literatura brasileira e mais uma porção de bugigangas. Ainda receberão os "Cadernos do Aluno" distribuídos pela SEE-SP (que, para variar, não chegaram todos) e mochilas (que também não chegaram ainda). Acho que somando tudo isso deve dar um salário meu. Nada mal.

Nos meus miseráveis tempos de escola a gente só recebia uma caderninho pequeno com folhas grampeadas e capa com propaganda da ditadura (e isso se fosse miseravelmente pobre). Eram outros tempos e lugar de pobre era mesmo na roça ou varrendo chão de fábrica. Hoje em dia até os pobres são chics: meus pobres alunos vão à escola com celulares tão sofisticados que dá até mesmo para telefonar neles. Claro, se você for capaz de descobrir essa função no meio das outras tantas. Ah, nada como o progresso!

É muito chato relembrar aquele tempo em que se amarrava cachorro com linguiça (sem trema; viva a nova ortografia!), mas é inevitável. A gente usava o lápis até não conseguir mais segurar a ponta do toquinho e apontava com um tremendo cuidado porque se quebrasse a ponta o lápis acabava antes do semestre. A escola era excludente, o ensino era propedêutico, compartimentado, centrado numa relação autoritária de transmissor-receptor e, para nós miseráveis (eu era um miserável, pobre de mim), era a única chance de garantir duas refeições diárias em um futuro distante que todos acreditavam que chegaria um dia.

Então, viva a modernidade! E quem quiser um pouco de saudosismo veja os slides abaixo:

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

E agora, Dona Maria?

Nos boletins de notícias que assino e recebo pela Internet, raramente recebo alguma informação que possa ser considerada "boa" quando se trata de Educação. Acabei de ler, agorinha mesmo, que "Somente em cinco capitais alunos de 4ª série atingiram objetivos de aprendizagem em português; no Rio, situação piorou" (fonte: O Globo).

Até aí quase nenhuma novidade. A novidade mesmo é que a realidade nua e crua da escola pública continua sendo uma ilustre desconhecida de muitos que falam em seu nome, publicam artigos opinativos na mídia ou mesmo teses e papers acadêmicos. E porque estou dizendo que isso, que não é novidade alguma, é a única novidade? Porque curiosamente ainda há quem se espante com números péssimos como esses e acredite que eles poderiam ser melhores por decreto ou pela aplicação mágica de alguma política educacional de última hora.

Vamos a um exemplo mais concreto:

Hoje pela manhã tivemos a aplicação das avaliações diagnósticas de português e matemática para os alunos das primeiras séries do Ensino Médio nas escolas públicas paulistas. O objetivo dessa avaliação é detectar os alunos que têm deficiências de aprendizagem nessas duas disciplinas para encaminhá-los para uma recuperação paralela a ser realizada no contra-turno. Até aí tudo parece perfeito.

Eu acompanhei essa avaliação em uma classe de primeiro ano e percebi que a maioria dos alunos não conseguiu resolver as questões de matemática. Não sei como foram na redação (que era a avaliação de português). Mais tarde o professor de matemática, após corrigir as avaliações de duas dessas classes, foi subitamente tomado de uma idéia um tanto inusitada: mandar para a recuperação paralela do contra-turno apenas os alunos que não tiveram um resultado altamente deplorável e deixar os demais no período normal. Achei estranho, embora original, a proposta do colega, e quis saber melhor o motivo que o levou a fazer essa sugestão. Curioso foi descobrir que a explicação é muito mais "estranha" do que a proposta em si.

Acontece que apenas 20 alunos poderão ser encaminhados para essa recuperação paralela e, portanto, em uma única sala com 35 alunos já esgotaríamos as "vagas" para a recuperação paralela de matemática. Pelo que o professor detectou nessas duas classes onde já terminou a correção, com exceção de um ou dois alunos por sala, todos os demais tiveram resultados bem abaixo do medíocre. E a situação é tão complicada que juntando-se os resultados "pelo menos medíocres" das cinco salas a expectativa é que não se consiga, nem de longe, vinte alunos.

Assim, se os alunos com resultados "pelo menos medíocres" fossem mandados para o contraturno para terem aulas "normais" e todos os 95% restantes, e abaixo da linha de mediocrididade, fossem deixados no turno normal, o professor poderia dar a recuperação paralela para esses últimos todos e o professor encarregado da recuperação paralela no contraturno poderia dar aulas normais para os alunos com rendimento "pelo menos medíocre".

É óbvio que isso tudo não passa de uma grande piada, pois na verdade não poderemos fazer isso, mas convenhamos que é uma piada de extremo mau gosto. Se 95% dos nossos novos alunos, que estão chegando agora no Ensino Médio, estão abaixo da linha de mediocridade na disciplina de matemática, como é que eu vou lhes ensinar Física? Como vão aprender Química? Como é que o professor de Matemática vai lhes ensinar os conteúdos do Ensino Médio para sua disciplina?

E, se apenas 20 alunos poderão fazer a recuperação paralela, como vamos selecioná-los? Por sorteio? E os demais (aproximadamente 100 alunos) com resultados igualmente péssimos e que não forem sorteados? Não precisarão também de uma recuperação? A propósito: qual recuperação conseguirá fazer em algumas semanas aquilo que o ensino fundamental regular não conseguiu fazer em oito anos?

Por fim, se a função do Ensino Médio é ensinar para os alunos que estão ingressando agora tudo aquilo que eles precisariam ter aprendido nos oito anos de progressão continuada e que não aprenderam, porque simplesmente não extinguimos o Ensino Fundamental? Pelo menos reduziríamos os custos e manteríamos o mesmo "padrão de qualidade", não é?

É claro que isso também é uma piada e, novamente, de muito mau gosto. Piadas de mau gosto, notícias desagradáveis, resultados vergonhosos e políticas educacionais equivocadas que nos brindam com tudo isso têm sido, como eu disse no início, as únicas "novidades" das últimas décadas. Infelizmente.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Planejamos?

É, acabou-se o planejamento anual de 2009. O que foi mesmo planjeado?

Primeiro vamos aos fatos. A escola recebeu duas cópias do kit de Cadernos do Professor versão 2009 que, em essência, é o mesmo kit de 2008 com "talvez" algumas pequenas correções de texto. Os kits puderam ser consultados pelos professores (com a ressalva de que estavam sendo apenas emprestados para consulta e, portanto, só pode olhar, não pode pôr o dedinho viu?!), mas não são ainda os kits dos professores; estes só chegarão... sei lá quando. A escola também recebeu uns pacotes de "Cadernos do aluno", mas isso não era para ser "mexido" porque ainda não chegaram todos, estes estavam "embalados" e, etc. A DE forneceu à Coordenação algumas instruções sobre textos que deveriam ser levados para os professores lerem e algumas instruções foram passadas aos Coordenadores por meio de videoconferências. Uma apostila xerocada de algum lugar trouxe uma "proposta" (agora tudo aquilo que se quer empurrar goela abaixo vem com o sugestivo nome de "proposta") para o professor aplicar nas primeiras aulas, enquanto se espera chegar algum outro material.

Ah sim, recebemos a notícia de que "os projetos voltaram!". Oh, viva! A DE enviou uma listinha de projetos obrigatórios da SE que os professores têm que desenvolver e mais alguns "quase obrigatórios" da própria DE. Cumpra-se.

Então foi assim. Lê-se um texto, responde-se um questionário, discute-se os velhos problemas locais, distribui-se uma apostilinha para a primeira semana e acabou. De planejamento mesmo não se viu nada. Interdisciplinaridade? Transversalidade? O que é mesmo isso? Ninguém saiu desses três dias com nenhum planejamento resultante dessas discussões de textos ou da discussão dos problemas mundanos do dia a dia, como o eterno problema de ter que fazer vaquinha para pagar a própria água que se bebe.

Ah sim, é verdade, pagamos a própria água que bebemos! Não existe verba para professor beber água mineral nem para tomar cafezinho. Então fazemos vaquinha, da mesma forma como temos que providenciar latinhas, barbantes e palitos de sorvete chupados para montar kits de experimentação para nossos laboratórios, ou conseguir papel com os alunos para imprimir provas, listas de exercícios, etc. E todo ano essa discussão didático-pedagógica sobre como ratear o custo da água, fundamental para o planejamento anual e para a educação em geral, cria uma confusão danada porque há professores que não pagam a "taxa de água" e alegam não beber água (genial!).

Essas mundanas questões é que tomam a maior parte do tempo e da energia dessas reuniões de planejamento em que nada há para planejar. Pelo menos temos histórias ridículas para contar depois.

O que me consola é que lá na Secretaria de Educação, onde há bebedouros e máquinas de café espalhadas por todos os corredores, onde você pode escolher se quer um expresso, um capuccino ou um chocolate quente, e é tudo absolutamente free, as brigas devem ser ainda mais homéricas! Já imaginou como deve ser complicado a vaquinha feita lá para ratear os custos disso tudo?

E, verdade seja dita, não há mesmo o que planejar. Ou há? Se tudo correr como "sugerem" os nossos "chefes", basta seguirmos a apostila (ops, Caderno do Professor e Caderno do Aluno) e pronto, tá feito! Ah sim, várias disciplinas já têm livros didáticos para esse ano (obrigado MEC!), mas quem se importa com isso?

Evidentemente se pode justificar qualquer coisa e é claro que esses três dias podem ser justificados de milhares de maneiras diferentes, mas cá entre nós, se eu pudesse ter ficado em casa, trabalhando solitariamente no planejamento do meu curso e das minhas aulas, com toda certeza essas 24 horas de trabalho teriam sido muito mais produtivas para a sociedade que paga o meu salário do que me tirar daqui para discutir se devemos promover algum evento para arrecadar dinheiro para pagar a água e o cafezinho (as bolachas nós roubamos da merenda que a prefeitura fornece aos alunos) ou se vamos novamente pregar na parede na sala dos professores a lista daqueles que pagaram e dos que ainda não pagaram a água que vão tomar (ou não, lembrando que temos professores que não tomam água!).

Semana que vem os alunos voltam. Evidentemente não haverá aula no sentido formal porque é preciso resolver "n" assuntos fundamentais que vão desde a apresentação do pessoal e da escola até a distribuição dos kits de materais didáticos do MEC e do Governo do Estado. Tem-se que discutir com os alunos os "contratos" da escola e de cada professor, orientar sobre a conservação dos materiais recebidos, etc. etc. Depois vem o Carnaval e a ressaca. Quiçá março nos traga alguma novidade.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma corrigenda extemporânea

Acabei de receber um puxão de orelhas de uma amiga que percebeu que justamento o título da mensagem anterior continha um gravíssimo erro de português: a palavra "agradece" aparecia grafada como "agradeçe". É vero, estava errado mesmo e já consertei o título e "agradeçi" a moça. Valeu, Tanatus Girl!

Daí que acaba de me ocorrer um pensamento recorrente: será mesmo verdade que a escola nos emburrece? Não, não estou me perguntando se ela emburrece os alunos (isso nós já sabemos!), estou me perguntando se ela não emburrece também a nós, professores.

Me lembro que quando eu saí da universidade (acho que eu e Cabral nos formamos quase na mesma época) resolver a equação de Dirac era uma barbada quase tão fácil quanto usar a notação de Feynman para determinar amplitudes de probabilidades de transição em núcleos atômicos. Moleza que qualquer físico adolescente fazia mesmo estando bêbado em dia de prova. E agora? O que sobrou de mim quando começo a escrever "agradece" com "ç"?

Bom, há que me darem algum desconto, afinal até a Secretaria de Educação aqui de São Paulo já publicou "encino", assim mesmo, com "c", no material distribuído aos professores de inglês da oitava série no ano passado. É claro que foi apenas um engano e todos sabemos que "herrar é umano", portanto, "a gente agradeçemos a paçienssia" e, além disso, como dizem insistentemente nossos alunos prós-graduados em progressão continuada: "ah tio, não dá nada não, e se der é pôca coisa".

Mas, voltando à questão: qual será o efeito causado sobre um "bom professor" pelos anos e anos ensinando para turmas pouco motivadas, recebendo salários miseráveis, não tendo reconhecimento nem mesmo pelos seus superiores mais imediatos, navegando entre "pedagogias da moda de cada governo", não dispondo de recursos, sendo malhado pela mídia e utilizando menos que 10% do seu conhecimento específico da área (o que já é um exagero para os padrões de qualidade atuais)?

Há professores e professores. Alguns têm múltiplos interesses, gostam de aprender sempre, se interessam de fato pela carreira e procuram sempre se manterem atualizados, inovam, têm prazer em melhorar. Outros, como em qualquer carreira, veem no magistério apenas uma profissão como outra qualquer, assinam o livro ponto e colocam sempre os mesmos tijolos, uns sobre os outros, na mesma parede sem fim que vêm construíndo há anos. Ao fim e ao cabo os dois professores receberão os mesmos salários, os mesmos elogios (nenhum) o mesmo reconhecimento da mídia e da sociedade... Mas depois de tantos anos nessa batida de samba de porão de navio negreiro, o que restará do segundo professor? O que restará daquele que, vivendo em um meio medíocre, onde a nulidade recompensada pelo silêncio vale mais que as contendas que trazem desafetos, o que restará dele?

Ok, acho que já paguei pela cedilha.


Secretaria volta atrás e anula os efeitos da prova de classificação dos professores temporários - Dona Maricota agradece!

Em nota publicada ontem no site da SEE, a Secretaria informa que a prova classificatória que os professores temporários fizeram em dezembro não terá nenhum efeito sobre a atribuição de aulas que acontece a partir de hoje nas DEs de todo o Estado de São Paulo. Em outras palavras, foi só perda de tempo para quem fez a prova e uma imensa vitória para Dona Maricota.

Embora eu seja um professor efetivo, esse assunto muito me interessa. Segundo pesquisa do Inep digulgada no final do ano passado no Portal Aprendiz, aproximadamente 90% dos professores de Física da rede não tem formação adequada, ou seja, são formados em outras áreas. Portanto, temos, no máximo, 10% da rede com professores efetivos de Físca enquanto os outros 90% são temporários. Aparentemente isso devia significar que todos os 6.000 professores formados em Física estão lecionando e que, ainda assim, faltam 54.000 para completar as vagas existentes. Mas não é bem assim...

A questão é que enquanto professores temporários, há muito tempo na rede e sem formação específica, assumem aulas de Física para completar sua carga horária, os novos professores de Física que estão saindo agora da univesidade, ou que saíram à pouco tempo, acabam ficando sem aulas. Temos assim um paradoxo absolutamente inconcebível: professores de Física formados e habilitados não podem assumir aulas de física porque professores sem formação específica, mas com muito tempo de serviço na rede, assumem essas aulas. Em uma comparação meio forçada, isso é como você ser operado pela cozinheira do hospital porque ela trabalha lá na cozinha há 20 anos enquanto que o cirurgião cardíaco é récem saído da universidade. Resultado: risco de morte! E é por isso também que a escola vai morrendo lentamente.

Me lembro bem que quando resolvi assumir uma cadeira de Física na rede, prestei concurso e fui um dos primeiros classificados. No entanto a atribuição de aulas ocorre no início do ano e eu só poderia assumir meu cargo no meio do ano. Resultado: no início do ano eu só pude assumir três salas de EJA como professor substituto de uma professora que não era formada em Física e que assumiu as aulas e as deixou imediatamente por meio de uma licença médica. Essas aulas (três salas apenas) foram as que sobraram em toda a DE (que possui uma centena de escolas) depois que todos os professores temporários melhor pontuados por tempo de serviço assumiram todas as aulas da DE. Embora eu tivesse uma classificação que me permitisse escolher uma carga horária completa em qualquer escola do Estado de São Paulo, onde eu bem quisesse, o sistema me colocava como um dos últimos na lista de classificação baseada em tempo de serviço.

Meu próprio exemplo mostra como é absurdo o critério de classificação para a atribuição de aulas baseado apenas no tempo de serviço e que desconsidera até mesmo a formação específica do professor. Um professor de Física recém saído da Usp, por exemplo, e que teoricamente está com "tudo fresquinho na cabeça", não pode lecionar Física na rede estadual porque algum professor formado em pedagogia-por-correspondência há 20 anos atrás ficará com suas aulas.

Eu entendo que os professores com vinte ou trinta anos de carreira tenham direito a muitos "pontos", estejam em faixas salariais maiores e tenham compensações na carreira pelo tempo de serviço prestado, mas não entendo como isso possa dar a eles o direito de impedir que outros professores, em início de carreira, habilitados e capacitados, possam trabalhar.

Independentemente das razões pela qual a Apeoesp entrou com liminar cancelando o concurso para temporários, e independentemente dos erros cometidos pela Secretaria na realização desse concurso, o fato é que perdem com isso os alunos e a Educação. Teremos mais um ano em que centenas de professores de Física serão impedidos de lecionarem Física para que professores de outras disciplinas, mas com muito tempo de carreira, assumam essas aulas e completem seus salários.

Depois, quando os resultados apresentados por nossos alunos nas avaliações internacionais mostrarem de novo que por aqui pouco se sabe sobre ciência (química está na mesma situação que Física, por exemplo), haverá uma corja de idiotas bradando nos jornais que os professores de Física não estão ensinando Física, mas poucos vão se dar conta que muitos professores de Física estão sendo impedidos de ensinar Física para que a Dona Maricota se aposente com carga horária completa.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

E por falar em planejar...

Acaber de ler a boa nova no site da SEE: o início das aulas foi prorrogado para 16/02 e os dias que estavam "planejados" para que os professores fizessem o seu planejamento (25, 26 e 27/02) acabaram de ser "replanejados" para 11, 12 e 13/02 como forma de "tapar o buraco" criado no calendário pela liminar que obriga a SEE a permitir que os professores temporários que faltarão à prova de classificação participem da atribuição de aulas.

Como esse assunto é todo enrolado eu colo abaixo o comunicado da SEE:

Quinta - feira, 05 de Fevereiro de 2009 12h30

Aulas na rede estadual começam em 16 de fevereiro

Secretaria de Estado da Educação teve de alterar datas para atribuição de aulas dos professores temporários

As aulas na rede estadual de Educação começam em 16 de fevereiro, segunda-feira. A Secretaria de Estado da Educação teve de alterar a data para o início do ano letivo, marcado anteriormente para 11 de fevereiro, devido a mudança no calendário de atribuição de aulas para professores temporários.

Na noite desta quarta-feira, 4 de fevereiro, a Secretaria foi comunicada de decisão liminar da Justiça para que participem da atribuição de aulas os professores que faltaram à prova realizada em 17 de dezembro - o que a Secretaria discorda, já que pretende avaliar o conhecimento dos professores que trabalham com as crianças e adolescentes da rede.

Esta prova é um dos critérios para atribuição dos temporários (junto com tempo de serviço e títulos). Com a decisão judicial, a atribuição, que começaria hoje para os temporários, seria totalmente prejudicada, já que as Diretorias de Ensino ficariam sem tempo para atribuir aulas corretamente.

A Secretaria irá recorrer à Justiça, via Procuradoria Geral do Estado. Mas alterou a data da atribuição para que as Diretorias tenham tempo correto para a distribuição de aulas entre os professores temporários, garantindo, assim, um início de ano letivo com todos os professores em salas de aula.

A classificação dos professores temporários (juntando prova, tempo de serviço e títulos) está disponível no site da Secretaria: http://atribuicaoaula.edunet.sp.gov.br/atribuicaoaulas/menuprincipal.asp As novas datas para atribuição são: 10, 11, 12 e 13 de fevereiro. A Secretaria reservou as datas de 6 e 9 de fevereiro para possíveis recursos de professores à classificação.

Com início previsto para 16 de fevereiro, a rede estadual terá seu planejamento em 11, 12 e 13 de fevereiro (antes estava previsto para 25, 26 e 27 de fevereiro). Com isso, os 200 dias letivos estão garantidos para os alunos da rede estadual.

Voltando ao tema "planejamento"... É ruim ter que planejar desse jeito, heim? :)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Planejando o impossível


Dizem que professor é folgado porque tem férias duas vezes por ano (além de não trabalhar no resto do ano porque, afinal, professor não trabalha mesmo, professor "só dá aulas"). Mas não é bem assim. :)

Desde o final do ano passado estou trabalhando na reformulação do meu curso e do meu site de apoio a ele e, além disso, tenho uma tarefa gigantesca pela frente: planejar o impossível.

Planejar o impossível significa aqui "fazer o planejamento anual do curso". Mas porque é impossível?

Tudo começa com uma pergunta bem simples: como se planeja um curso? O planejamento deve atender a alguns pré-requitos bem básicos, a saber:
  1. Definimos os Objetivos Gerais que se deseja atingir: normalmente são os objetivos educacionais previstos em lei, descritos na LDB e ratificados nos PCNs e nos documentos da SEE. Fácil: é só copiar e adaptar. Ninguém vai reinventar a roda e propor um novo sistema de ensino baseado em novos direitos e deveres ou expectativas e propósitos muito diferentes do que já se tem estabelecido em todos esses documentos;
  2. Denifimos os Objetivos Específicos da série: normalmente dependem tanto do "conteúdo" que será abordado quanto das competências e habilidades específicas para a série. Via de regra isso é feito propondo-se "temas amplos" em termos de conteúdo, como os eixos norteadores dos PCNs, e por meio da listagem de competências e habilidades que esperamos que os alunos desenvolvam e que estão descritas nas matrizes dos PCNs. Também é fácil fazer isso, e só "copiar e colar" fazendo as adaptações necessárias;
  3. Descrevemos as Estratégias, Metodologias e Recursos que utilizaremos e quais as competências e habilidades envolvidas em cada tarefa: aqui se incluem os meios e técnicas pelas quais se pretende desenvolver as competências e habilidades previstas nos objetivos específicos de cada aula e que visam, ao fim e ao cabo, atingir os objetivos gerais. Aqui é que "o bicho pega". Para se fazer esse planejamento de estratégias, metodologias e recursos é preciso ter um "calendário de aulas", isto é, é preciso saber:
    • quantas aulas teremos ao longo do ano, e aqui é preciso saber exatamente quantas serão "aulas" e quantas aulas serão "atividades outras" que também serão contadas como dias letivos, mas que efetivamente não poderão ser associadas a nenhum conteúdo específico e, por vezes, nem mesmo a alguma atividade específica da disciplina ou vagamente relacionada a ela. Por exemplo, na primeira semana de aula não teremos "aula de fato", teremos apenas distribuição de "kits", livros didáticos, apresentação geral dos professores e da escola, etc.; também teremos várias semanas ao longo do ano em que os feriados serão emendados (oficialmente ou extraoficialmente); teremos determinações esporádicas da SEE para que façamos "outras atividades" não previstas no nosso planejamento (como foi a "recuperação esquisita" decretada no final do ano passado e que "acabou com as aulas de dezembro" daquele ano), etc.;
    • que "eventos" (feiras, mostras, semana disso, semana daquilo, etc.) teremos na escola durante o ano e que implicarão em "atividades outras"; esses eventos são determinados conjuntamente pela escola e pela SEE no início do ano, mas podem sofrer modificações ao longo do ano, como acréscimos ou subtrações;
    • o quanto de cada aula é realmente "aproveitável" para se trabalhar com conteúdo ou atividades de aprendizagem, pois em uma aula de 50 minutos não temos 50 minutos de aula! Eu tenho uma estimativa disso de anos anteriores e ela é bastante pessimista;
    • as avaliações internas e externas que ocorrerão durante o ano. As internas podemos prever antecipadamente mas as externas são sempre determinadas de última hora;
    • faltas do professor e eventos aleatórios. Aqui não se pode prever nada e nem se pode contar com o professor eventual quando o professor falta, pois via de regra ele apenas permanece na sala de aula como uma espécie de "bedel" para os alunos não circularem livres pelos corredores.
  4. Estabelecemos um Cronograma que descreve como as atividades planejadas anteriormente se desenrolarão ao longo do ano. É claro, em vista do item anterior, que qualquer cronograma será apenas e tão somente uma vaga carta de intenções;
  5. Relacionamos os Materiais e Recursos que utilizaremos. O que depende, por sua vez, de conseguirmos manter os recursos que já temos sem contar com novos recursos, mesmo que prometidos. Exemplo disso são os computadores da Sala de Informática da escola que já têm mais de uma década (uma década!!!) e cuja promessa de substituição já vem de mais de três anos sem nada de efetivo no horizonte.

Simples, não? Simples e impossível. No entanto teremos que apresentar esse planejamento ainda no início do ano letivo.

Cabe ressaltar aqui que provavelmente seremos bastante pressionados para elaborar planejamentos que satisfaçam alguns "requisitos" da SEE:
  1. Atender a Proposta Curricular que vem sendo implantada desde o ano passado e que, de fato, é apenas e tão somente a mesma proposta curricular que tínhamos antes, acrescendo-se pouca coisa em termos de expectativa de conteúdos (atualizações e inclusão de alguns tópicos), mas que agora se impõe como "regra" e não como "alternativa". Isso implica que, independentemente dos meios e possibilidades, deveremos construir um planejamento idealizado, onde todos os principais conteúdos de cada disciplina sejam contemplados, o que parece "minimamente razoável", embora seja realisticmaente impossível de ser conseguido;
  2. Fazer uso do material didático que a SEE fornecerá nesse ano, os Cadernos do Aluno, uma espécie de "apostila" semelhante aos "Cadernos do Professor" (que continuarão vindo para o uso dos professores, como no ano passado) e que foram elaborados na expectativa de que seja possível utilizá-los nas escolas públicas paulistas. Aqui cabe ressaltar que ninguém (falando em professores) viu ainda esses cadernos do aluno e, a julgar pelos Cadernos dos Professores do ano passado, correm o risco de serem também "impraticáveis";
  3. Implantar e executar a metodologia proposta dos Cadernos do Professor e as atividades dos Cadernos dos Alunos, improvisando os recursos necessários e indisponíveis, adaptando a metodologia para as realidades locais e, no entanto, dando conta de todos os pressupostos de aprendizagem e rendimento que a SEE propõe. Supõe-se que isso seja simples e que só dependa da boa vontade dos professores. Aliás, uma educação que vive de suposições fundamentadas em expectativas distantes precisa muito da boa vontade dos professores, até bem mais do que deveria.
Somemos a tudo isso algo de bom, mas também um fator complicador: no caso da disciplina de Física (e outras também) teremos esse ano os livros didáticos fornecidos pelo MEC que há décadas desejamos e que já escolhemos no meio do ano anterior. Obviamente haverá uma certa "disputa" entre o uso do livro didático ou o uso dos Cadernos dos Alunos e um claro conflito entre a autonomia do professor para determinar qual metodologia utilizar e a metodologia proposta nos Cadernos do Professor, sem falar da questão "curricular" propriamente dita. No entanto, seja lá qual for a escolha, nenhum curso (como o de Física, por exemplo) pode ser minimamente razoável com a carga horária que tem e com todos os problemas descritos acima.

Ainda assim, e mesmo diante de expectativas sombrias, eu e muitos outros professores já vimos dedicando algumas horas semanais para a análise dos resultados dos anos anteriores e uma tentativa de construir um planejamento realista que promova alguma aprendizagem para nossos alunos. E viva as férias!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Computador do Professor: resposta da SEE

Contrariando (felizmente) as minhas previsões de que nem resposta eu obteria para o meu pedido de informações sobre o Computador do Professor (veja o meu post anterior a este), a central de atendimento responsável pelo programa Professor em Rede enviou um e-mail em resposta à minha solicitação prevendo um prazo para o "início do atendimento": primeira quinzena de março.

É verdade que isso é bem melhor do que nada, mas mesmo assim eu me pergunto se valeu a pena esperar até agora e se valerá a pena esperar um pouco mais. Se o "início do atendimento" realmente ocorrer na primeira quinzena de março, e supondo que todos os professores inscritos no programa sejam chamados para efetivar a compra do notebook ainda em março e, considerando que o fabricante terá 30 dias para entregar o notebook a partir do momento da compra, isso significa que só poderemos colocar a mão no notebook lá pelo final de abril ou começo de maio.

Não quero parecer pessimista, mas acho que se o "início do atendimento" ocorrer mesmo em março, antes de junho não veremos os notebooks.

Com que preço esse notebook será proposto? Como eu mostrei no post anterior o preço "subsidiado" previsto em outubro do ano passado já está superior ao preço de mercado encontrado hoje nas lojas. A configuração prevista também já está "quase saindo de linha". Como estarão essas duas variáveis, preço+configuração, em maio ou junho desse ano, exatamente sete (ou oito) meses depois do lançamento do programa para o professores e das previsões de preço e configuração?

Afinal, valerá a pena continuar esperando? Se você, assim como eu, não tem dinheiro para comprar o notebook no comércio agora, então o jeito é esperar mesmo e depois ver se vale a pena ou não comprar esse notebook, mas se sobrou alguma coisa na sua conta depois de pagar o IPTU, o IPVA e os vários IPs do início de ano, considere a possibilidade de comprar seu notebook agora.

Computador do Professor: cadê???

Pois é, cadê o computador do professor?

Desde outubro do ano passado eu e mais alguns milhares de professores manifestamos nosso interesse em adquirir um notebook com preço razoável e bom prazo de financiamento como fora oferecido pelo programa Professor em Rede da SEE.

Ventilou-se, na época, que esses computadores seriam adquiridos ainda no final de 2008. O fato é que já estamos em fevereiro de 2009 e não há nenhuma notícia sequer sobre o destino desse projeto.

No final do ano passado entrei em contato com o pessoal do programa (infoeducacao@educacao.sp.gov.br) e perguntei sobre o andamento do projeto. A resposta que recebi foi que eu deveria visitar o site do programa regularmente (???). Isso é o mesmo que dizer "não tenho a menor idéia". :)

Hoje enviei novamente um e-mail para o pessoal do programa, mas confesso que não tenho a menor esperança de receber qualquer resposta decente. Provavelmente eu deva receber uma cópia automática da mesma mensagem que recebi antes me orientando a "continuar entrando no site do programa".

Mas porque estou preocupado com isso, afinal?
  1. Sou um "Professor Digital" e uso a tecnologia para melhorar as minhas aulas, logo, preciso de um notebook para torná-las ainda melhor;
  2. Contrariamente ao que pregam aqueles que não recebem salários de professores, mas ganham muito bem para encherem a mídia de artigos dizendo que os professores ganham bem, que salários maiores não melhoram a qualidade do ensino e outras pérolas pagas desse naipe, preciso de financiamento e subsídio para poder comprar um notebook;
  3. O notebook "prometido" tem um configuração que "era boa" em outubro do ano passado, que agora "é regular" e que "corre o risco de se tornar ruim" se esse notebook demorar muito para sair da dimensão das promessas;
  4. O preço estimado para a época (R$ 1.542,00 0), que não era tão ruim, já está se tornando alto em função da desvalorização natural dos produtos tecnológicos e, com a crise mundial provavelmente teremos muitos notebooks sem dono implorando para serem adquiridos por precinhos camaradas e financiamentos à perder de vista. (Veja abaixo um print de tela de um notebook com a mesma configuração e com preço inferior (R$ 1.499,00) ao preço "subsidiado" que a SEE previu em outubro do ano passado - observe a data de hoje destacada na imagem dentro da elipse azul). Clique na imagem para ampliá-la.

Enfim, meus planos para utilizar extensivamente o notebook nas sala de aula parece que foram por água abaixo. Tomara que não falte giz e que tenham consertado as lousas das salas. :)