Não, não houve nenhum cataclismo, terremotos, maremotos ou queda de gigantescos meteoritos, é apenas a "nova geografia" do Caderno do Aluno e do Caderno do Professor da sexta série fornecidos pela Secretaria de Educação de SP. O Itamarati já está em contato com esses países para tranquilizá-los. :)
Tudo bem, eu não tenho nada a ver com isso, já que as Leis de Newton ainda não foram modificadas e eu continuo professor de Física, mas como esse é um mico impagável, eu não poderia deixar passar batido. :)
Agora vamos ao que interessa: será que não tem um jeitinho de desaparecer com metade do segundo colegial A? Nada contra aqueles meninos e meninas simpaticíssimos, mas é que mais de quarenta adolescentes espremidos em uma salinha de aula é muito pior, na minha opinião, do que um simples erro de diagramação de quem fugiu da escola ou, talvez pior, tenha frequentado uma escola superlotada. :)
Alguns gênios da pedagogia já vêm alertando há tempos que é preciso ter um acompanhamento individual de cada aluno, que não se pode tratá-los como se fossem gado indo para o abate, em grandes manadas. Há milhares de textos assinados por gente de peso (opa, não estou chamando ninguém de gordo, ok?) que cobram insistentemente de nós professores uma atenção diferenciada para cada aluno. Avaliações devem levar em conta as individualidades, recuperações e estudos aprofundados devem ser customizados, habilidades específicas devem ser apontadas, exploradas e enfatizadas para cada aluno, mas...
Mas a matemática é inimiga das trapalhadas e não permite que a sujeira fique impune embaixo do tapete. Então vejamos, se você está contente com o atendimento que recebe na emergência do SUS, onde um paciente passa em média seis minutos e meio com o médico, se acha que isso está bom para você e que em seis minutos e meio o médico pode fazer um bom diagnóstico, então preocupe-se! Sim, aqui na escola, no segundo colegial A, as coisas são bem piores...
Em uma aula de 50 minutos, subtraídos o tempo de chamada nominal dos alunos e os tempos de acomodação no início e no final da aula, restam, no máximo, 40 minutos. Se distribuíssemos esse tempo igualmente entre os alunos isso resultaria em MENOS DE UM MINUTO para cada aluno! Sim, é isso mesmo! Em menos de um minuto o professor deve fazer o diagnóstico do aluno e prescrever o melhor remédio pedagógico!
Claro, isso supõe que o professor não "explicará nada para a classe", que ele não corrigirá tarefas, não comentará provas e nem abrirá nenhum livro. Estamos falando apenas no tempo despendido para cada aluno para fazer essa pequena diagnose diária onde o professor detecta todos os problemas de aprendizagem do aluno, verifica o que ele aprendeu ou não, levanta seus problemas particulares, detecta novas habilidades, verifica o desenvolvimento das habilidades que estão sendo trabalhadas, tira as dúvidas particulares desse aluno, estimula-o e registra tudo isso em seu diário. Tudo isso em UM MINUTO!!!
Legal né? Por isso que eu parei de contar piadas de português. Como já diz certo humorista famoso, o Brasil é o país da piada pronta. :)
(*) Ah sim, a fotografia acima é apenas ilustrativa e não mostra nenhum dos meus alunos... Mas as grades até que se parecem com as dos portões daqui...
Tudo bem, eu não tenho nada a ver com isso, já que as Leis de Newton ainda não foram modificadas e eu continuo professor de Física, mas como esse é um mico impagável, eu não poderia deixar passar batido. :)
Agora vamos ao que interessa: será que não tem um jeitinho de desaparecer com metade do segundo colegial A? Nada contra aqueles meninos e meninas simpaticíssimos, mas é que mais de quarenta adolescentes espremidos em uma salinha de aula é muito pior, na minha opinião, do que um simples erro de diagramação de quem fugiu da escola ou, talvez pior, tenha frequentado uma escola superlotada. :)
Alguns gênios da pedagogia já vêm alertando há tempos que é preciso ter um acompanhamento individual de cada aluno, que não se pode tratá-los como se fossem gado indo para o abate, em grandes manadas. Há milhares de textos assinados por gente de peso (opa, não estou chamando ninguém de gordo, ok?) que cobram insistentemente de nós professores uma atenção diferenciada para cada aluno. Avaliações devem levar em conta as individualidades, recuperações e estudos aprofundados devem ser customizados, habilidades específicas devem ser apontadas, exploradas e enfatizadas para cada aluno, mas...
Mas a matemática é inimiga das trapalhadas e não permite que a sujeira fique impune embaixo do tapete. Então vejamos, se você está contente com o atendimento que recebe na emergência do SUS, onde um paciente passa em média seis minutos e meio com o médico, se acha que isso está bom para você e que em seis minutos e meio o médico pode fazer um bom diagnóstico, então preocupe-se! Sim, aqui na escola, no segundo colegial A, as coisas são bem piores...
Em uma aula de 50 minutos, subtraídos o tempo de chamada nominal dos alunos e os tempos de acomodação no início e no final da aula, restam, no máximo, 40 minutos. Se distribuíssemos esse tempo igualmente entre os alunos isso resultaria em MENOS DE UM MINUTO para cada aluno! Sim, é isso mesmo! Em menos de um minuto o professor deve fazer o diagnóstico do aluno e prescrever o melhor remédio pedagógico!
Claro, isso supõe que o professor não "explicará nada para a classe", que ele não corrigirá tarefas, não comentará provas e nem abrirá nenhum livro. Estamos falando apenas no tempo despendido para cada aluno para fazer essa pequena diagnose diária onde o professor detecta todos os problemas de aprendizagem do aluno, verifica o que ele aprendeu ou não, levanta seus problemas particulares, detecta novas habilidades, verifica o desenvolvimento das habilidades que estão sendo trabalhadas, tira as dúvidas particulares desse aluno, estimula-o e registra tudo isso em seu diário. Tudo isso em UM MINUTO!!!
Legal né? Por isso que eu parei de contar piadas de português. Como já diz certo humorista famoso, o Brasil é o país da piada pronta. :)
(*) Ah sim, a fotografia acima é apenas ilustrativa e não mostra nenhum dos meus alunos... Mas as grades até que se parecem com as dos portões daqui...
Professor J.C.
ResponderExcluirSerá isso reflexo das políticas públicas assistidas hoje no Brasil?
Será o J.R.A (aquele de Brasília) que tem como ideal . . .
Precisamos pensar juntos.
A internet ajuda.
Ah, estava esquecendo.
Sou o Professor Roberto.